terça-feira, 30 de novembro de 2010

Blame Canada! Or not...


Quem já viu o filme do South Park sabe do que estou falando. Nele, fazem uma brincadeira com o Canadá que, por causa de um motivo bobo, passa a ser culpado de todas as mazelas que acontecem nos EUA. O filme mostra um pouco esse preconceito velado pelo qual os canadenses passam. Muita gente acha que esse país vive à sombra dos Estados Unidos, o que não é verdade.

MAS (e tem sempre um "mas") há sempre os que denigrem , um pouco, a imagem do todo. Nosso amigo teen Justin Bieber não me deixa mentir. Na minha opinião (sempre, de merda), o problema nem é sua música mas a exagerada exposição de mídia que ele tem. De 10 matérias em site, 1 tem que ser falando sobre ele. Se o garoto espirra, lá está a notinha de fofoca. Ou se ele muda o penteado, tá lá na capa da Capricho. É impressionante como temos a capacidade de tornar algo irrelevante uma notícia.

Mas não vou me estender nesse assunto pois o post é outro! Tem um fato engraçado: todas as bandas ou artistas musicais que cantam em inglês são colocados no mesmo saco como sendo americanos. Isso se deve muito à etnia e ao sotaque dos canadenses, bem semelhantes ao do seu país vizinho. Aposto que, muita gente que tá lendo não sabia que o Bieber era canadense, por exemplo. E junto com essa, vão outras revelações: Alanis Morissette, Rush, Neil Young, Bryan Adams(sic) e Avril Lavigne(sic sic sic) são do Canadá! Tudo bem, um ou outro dessa lista não é lá essas coisas, mas o Canadá tem artistas notáveis. Meu objetivo é mostrar a nata da nata canadense, aqueles artistas ou bandas que acho fodões e não aparecem lá tanto assim. Não é, Sr Bieber?

Arcade Fire

Essa banda, de Montreal, entrou no cenário indie lá pelo meio da década ´00 e fez relativo sucesso com seu primeiro álbum, "Funeral". Eles mesclam um som bem trabalho com um vocal que soa um tanto desesperado e melancólico. Eles mesclam, além de guitarra, baixo e batera, vários outros instrumentos, tipo violoncelo, xilofone e harpa. Um pouco do seu sucesso também está pela notável presença de palco da banda. O novo álbum dos caras, "The Suburbs" foi considerado um dos melhores álbuns de 2010 pela revista fodona inglesa New Musical Express. Ficou empolgado? Olha uma música que os caras tocam num show lotado no Madison Square Garden:



Metric

O quarteto de Toronto é de som poderoso! Com uma vocalista feminina afinadassa (Emily Haines) e uma guitarra pesada, fazem um hard rock indie dos bons. A banda tem 4 álbuns até agora e esse ano ganharam, com o álbum "Fantasies", o prêmio de melhor álbum de rock alternativo do Canadá no Juno Awards. Junte a isso a presença de uma música deles na trilha do filme "Scott Pilgrim Contra o Mundo", cantando "Black Sheep", composta pro filme. Música foda para caralho! Ta aí embaixo.



The Stills

Uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. Eles são de Quebec e a banda se formou no ano 2000. É uma das primeiras bandas, junto com os Strokes, a caracterizar o uso de duas guitarras com sons complementares (cada guitarra faz um som diferente, formando um andamento, diferente de base e solo, onde uma guitarra "segura" a música e a outra faz firula). Eles combinam sons e ruídos com uma melodia muito bem feita. Além disso, o álbum de estréia ("Logic Will Break Your Heart") é qualquer coisa de brilhante! Com os outros álbuns (3 no total) foram aos poucos refinando seu som cada vez mais. Os caras já abriram shows pro Paul McCartney e Kings of Leon e são excelentes músicos. A música do álbum de estréia que tá no vídeo abaixo ("Still in Love Song") e é das minhas prediletas. Suei pra achar o vídeo pra incorporar, então aproveite!



Feist

Apesar do material que ela lançou por último não ser assim tão recente, é o que tenho mais ouvido ultimamente. Leslie Feist já fez parte da banda Broken Social Scene, um conglomerado de artistas (até o pessoal do Metric aí em cima já participou) e, depois, foi fazer seu vôo solo. Eu ouvia seus álbuns até ver um show seu pela TV, onde fiquei realmente impressionado. Além da voz aveludada de um timbre bem suave e ao mesmo tempo potente, ela mostra uma habilidade foda com a guitarra e com os apetrechos que ela usa nos shows. A moça, que é de Calgary, tem 3 cd's lançados e começou a deslanchar musicalmente com o segundo, "Let It Die". Mas a moça ficou realmente famosa depois de um de seus clipes ter sido usado na propaganda do iPod: "1,2,3,4". E nem é a melhor música dela. Mas vou postar o vídeo, que é bom mesmo assim.



Vou botar outro, pra mostrar a moça ao vivo. Foda-se post grande....rs...


Espero que, agora, não culpem tanto assim o Canadá! E viva a folinha de bordo*!

*Pra quem não sabe, é aquela folha na bandeira do Canadá =P

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sertanejo Universitário: Você está ouvindo a mesma música em loop!


Esse post foi, digamos, "incentivado" depois que fui na formatura de 2º grau de minha sobrinha. Em Minas - e em uma parte maciça do Brasil - o chamado "sertanejo universitário" é um estrondoso sucesso. Vide a repercussão sobre Luan Santana, Victor e Léo e os CD's de coletânea da Somlivre que não param de serem anunciados na emissora do finado Roberto Marinho. Não se fala de outra coisa.

Este chamado "sertanejo universitário" nada mais é do que música pop meio mascarada. Digamos que a parte sertaneja fica por conta das melodias meio cancioneiras inspirados lá dos tempos de Chitãozinho e Xororó, Zezé & Luciano e no country americano. A parte universitária responde à harmonia (a música sem a parte cantada) que é pop até o último fio de cabelo. Isso tudo é requintado com solos brega com guitarras, digno de Amado Batista.

Na verdade eu não tinha muita implicância com o gênero pois é mais aceitável para os ouvidos do que outros ruídos por aí que chamam de música/manifestação cultural (de merda!). Só depois de escutar várias delas em seguida e sem querer, eu notei uma coisa: estava ouvindo a mesma música, em forma de loop! Eu explico:

Você já deve ter ouvido uma música com os mesmos acordes que outra música tem, certo? Tipo "La Bamba" do Ricky Valley e "Twist and Shout" dos Beatles. Bandas de formatura costumam tocar inclusive essas músicas emendadas umas nas outras, pra não perder o ritmo, sacomé..."Open Your Eyes" do Snow Patrol e "I Got a Feeling" do Black Eyed Peas também são meio assim, "parecidas"(pra não falar iguais). Se você ainda está boiando, ouve só:

Snow Patrol (Open Your Eyes)+Black Eyed Peas (I Got a Feeling)


A maioria das vezes em que isso acontece é por coincidência (um não tem a menor intenção de copiar o outro) e por uma coisa muito comum na música pop: o formato da música. É como se você, pra fazer uma música, usasse uma mesma fôrma de bolo: eles vão ficar iguais, mas vão ter sabores diferentes, dependendo da receita. Algumas receitas, como o "bolo de chocolate" é sempre muito usado, tanto na cozinha como na música. Aí mora o problema.

Existe, na música pop, uma fórmula muito usada. E ela serve pra qualquer tom que a música tenha. É difícil explicar sem ser de forma técnica mas vou tentar: é como se você usasse uma régua marcada com 4 buracos (acordes) e, usando aquela régua, você conseguisse sempre uma excelente medida (harmonia da música) marcando os buracos nas suas distâncias certas, seja qual for seu ponto de início (tom da música).  Usar a régua marcada é quase garantia de sucesso.

Eu me espantei como essa régua é usada, descaradamente, nesse sertanejo universitário. Pedi a um amigo que conhece as músicas sertanejo-universitárias que estão fazendo sucesso que me passasse uma lista com umas 12 músicas mais ou menos. Eu fiquei espantado com o que ouvi quando juntei algumas delas. O resultado eu comprovo abaixo (Não se preocupe, são só trechos. Você não vai precisar ouví-las na íntegra =D):

Luan Santana (Adrenalina) + Paulo Leite e Cristiano (Tô Fora) + Victor & Léo (Ao Vivo e Em Cores)


Com 3 músicas deu pra fazer uma só! E é bom que economiza também, pois se eles fizerem show juntos dá pra contratar só uma banda! E não pára por aí, tem mais:

Guilherme e Santiago (Tá se achando) + Maria Cecília e Rodolfo (Você Não Merece) + César Menotti e Fabiano (Labirinto)*

*Um detalhe: a música do César Menotti e Fabiano é meio tom maior do que as outras duas, mas que não causa muito prejuízo na hora de escutar.

Os dois "mix" de música usam a tal fórmula da régua. E o mais impressionante é que nem o ritmo (velocidade) delas muda: é sempre a mesma levada. Isso mostra uma pobreza musical sem precedentes. Imagine que você ganha um CD com, sei lá, 12 músicas e percebe que 6 delas são praticamente A MESMA MÚSICA! Não estou falando de músicas parecidas, estou falando DA MESMA MÚSICA! Os mais chatinhos vão falar que a letra é diferente, que a melodia também é... mas você consegue ouvir essas compilações e ficar indiferente a isso? Acredito eu que não.

Esse formato não se restringe a música sertaneja universitária. Muitas outras músicas internacionais padecem do mesmo mal. Esse vídeo - muito bom, por sinal - tira sarro disso:



Não estou querendo acusar estes artistas de serem levianos ou que usaram essa fórmula pra fazerem sucesso. Quis demonstrar aqui que a criatividade e a falta de coisas novas no mercado fazem com que fiquemos achando que esse movimento é uma grande novidade em termos musicais. E meu problema não está, necessariamente no formato das músicas, e sim, no uso à exaustão de um recurso muito pobre em criatividade e frescor musical.

Não sou preconceituoso com música brasileira, prova disso são as várias recomendações de músicas e artistas do Brasil com altíssima qualidade (segundo minha opinião de merda). A gente sabe: muitos dessas duplas aparecem com os modismos e somem na mesma velocidade, assim, de repente. O que eu quis mostrar como é fraco o mercado de música para as massas no Brasil. Por isso, prestem atenção aos ouvidos e, se puder, ouça algo que não sejam os mesmos 4 acordes, ok?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Trilhas sonoras: as melhores coletâneas do mercado.

Sou eu, de volta a escrever no blog! E para esse retorno, resolvi juntar duas coisas que gosto e por o assunto na roda: cinema e música! E não tem como pensar em cinema sem pensar em música. Fazer estas duas coisas trabalharem em conjunto pode ser feita de uma maneira muito próxima - os filmes-musicais - ou onde um barulho pode ser uma trilha sonora. Com a qualidade das coletâneas musicais e das músicas incidentais presentes nos filmes e transformadas em álbum, apresento no post os diversos tipos de trilha sonora que existem no mercado.

Juntar música e cinema é como juntar dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Não há combinação mais perfeita. Digo isso não só pela incorporação óbvia de imagem e som. Experimente ouvir a mesma trilha sonora antes e depois de ver um filme. É impossível ficar indiferente. Gostando ou não do filme, a sua percepção muda completamente. E é isso que torna, muitas vezes, determinadas trilhas sonoras tão significativas.

Existem vários tipos de trilha sonora, e neste post vou tentar explicá-las, mesmo que de uma maneira meio "basicona". E o primeiro tipo é composto de canções de um filme musical, onde as músicas tem a mesma ou maior relevância do que o próprio filme. Sem elas músicas, a própria história contada não faria sentido pois a música é sua razão de ser. Na verdade, musicais não fazem sentido nenhum - ou você acha que, do nada, num dia comum de trabalho, você começa a cantar alegremente e seus co-workers fazem coro pra você, como se fosse algo mais normal do mundo? - . Geralmente as músicas são compostas especialmente pro filme. Ou o filme é feito por causa da música. Enfim, o fato é que essas costumam ser as piores trilhas(e piores filmes também). Porque filmes musicais são em sua maioria, um porre! Bom, "Grease" (Nos tempos da Brilhantina) ou, sei lá, "Chicago" são exemplos desse tipinho de filme chaaaaato:

John Travolta e Olívia Newton John - You're The One That I Want (Trilha de "Grease")

O segundo tipo de trilha sonora são as de músicas de fundo para as cenas dos filmes. Geralmente orquestradas, muitas dessas trilhas não fazem muito sentido se ouvidas sozinhas, como peças musicais. Elas só ganham relevância pra quem assiste o filme, onde a música evoca as sensações e percepções sentidas naquele momento. A trilha do Vangelis para Blade Runner ou a trilha do Hanz Zimmer de Inception (A Origem) são dois desses exemplos. Impossível ouvir Edit Piaf tocada de forma distorcida e não lembrar das cenas em slow motion feitas por Christopher Nolan.

Hanz Zimmer - Half Remembered Dream (Trilha de "A Origem")

O terceiro tipo, e o mais comum, é a coletânea das várias músicas pop que preenchem o filme. As músicas são selecionadas de acordo com a característica da obra e, muitas vezes, pelo próprio diretor. E, ainda dentro desse meio, existem mais 3 modalidades.

---A primeira é a de uma simples coletânea: pegam-se músicas existentes ou já gravadas que serviram ao filme (Nem sempre estarão todas elas). Este é o tipo de trilha sonora ideal pra se conhecer bandas e artistas diferentes. Os seriados americanos e os filmes sobre cultura pop costumam reservar as mais surpreendentes delas. Os filmes "Transpotting", "500 Dias com Ela" e os seriado "Grey's Anatomy" e a falecida série "The O.C." tem trilhas excelentes!

The Passanger - Iggy Pop (Trilha do filme "Transpotting")

Regina Spektor - Us (Trilha de "500 dias com Ela")

Peter, Bjorn & John - Young Folks (Trilha de "Grey's Anatomy")

Spoon - The Way We Get By (Trilha de "The O.C.")

---A segunda, e essa é a mais rara de acontecer pela sua especificidade, é quando bandas ou artistas gravam covers (músicas de outros artistas) para compilar no filme, como uma homenagem. E, como vocês podem imaginar, as regravações são feitas especialmente para a trilha. Duas delas servem de exemplo. Uma delas é do filme "Não é Mais um Besteirol Americano", onde bandas de rock mais recentes "homenageiam" o repertório pop dos anos 80. A outra é a do filme " Uma Lição de Amor" (horrível 'tradução' do original "I Am Sam") onde artistas e bandas consagradas regravam Beatles!

Marylin Manson - Tainted Love (Trilha de "Não é Mais um Besteirol Americano")


Eddie Vedder - You've Got to Hide Your Love Away (Trilha de "I Am Sam")

---A terceira é a modalidade mais, digamos, especial de todas. Não é somente uma compilação e, sim, músicas pop criadas para o filme. Ou seja, você não irá encontrar estas canções nos álbuns daqueles artistas participantes da coletânea. A decisão de se fazer essas trilhas se definem pela grande publicidade ao redor do filme ou mesmo pelo caráter especialmente musical que a película possui. Dois exemplos pra explicar: o filme "Godzilla", que investiu pesado no seu marketing, tratou de chamar as bandas de hard rock de mais sucesso na época para compor. Já em "Nick e Norah - Uma Noite de Amor e Música", onde o filme é pautado no universo indie, algumas bandas dessa cena foram chamadas a compor. Aí vai uma palinha:

Jamiroquai - Deeper Underground (Trilha de "Godzilla")


We Are Scientists - After Hours (Trilha de "Nick e Norah...")


Pra mim, a trilha sonora é sempre "parte integrante, não podendo ser vendido separadamente". Ela lembra o filme, que por sua vez lembra a trilha e por aí vai. Uma dica que dou é, sempre que puder, ouça a trilha antes de ver o filme. Ela se transforma em algo espetacular depois dessa experiência, principalmente se o filme recebeu suas boas impressões.
Vou ficando por aqui, mas não antes de dar as devidas(e atrasadas) boas-vindas ao Ricardo e a Ana Paula! Que o hábito de discutir música sempre instigue as mentes e as mãos deles para publicarem por aqui! Obrigado aos dois! E até a próxima, pessoal (final mais Pernalonga, impossível!)

domingo, 31 de outubro de 2010

TOCA RAMONES!

Existem covers e covers. Alguns covers são simplesmente uma emulação da banda original, quando bem tocados isso é bem bacana, mas quando mal tocado é motivo de vergonha alheia. O Segundo tipo é aquele onde a pessoa coloca um pouco da sua visão ao trabalho original, e são dessas que vem os melhores covers. Chamem de versão. Eu chamo de cover.

Tudo bem, o Adilson já fez a lista dele, mas gostei da ideia de fazer a minha. Vamos lá (em ordem de memória):

1. Richard Cheese and The Lounge Against the Machine

Um sujeito bem conhecido no circuito do Jazz Lounge nos EUA. Tem suas próprias canções, mas se destacou muito com suas versões Lounge para músicas pops. Imaginem Toxic da Britney em ritmo de Lounge Jazz (aquele jazz que toca em todo filme onde há um cassino), ou Beat It, ou ainda Chop Suey. Quem sabe Personal Jesus? Ou talvez Creep? Ice Ice Baby... Smell Like Teen Spirit talvez te agrade mais. Se já teve sua fase metal do mal, talvez um Metallica (EEEEEEEEEENNNNNNNNDEEEEEEE LLLLLLLLLLLLAAAAAAAAAAAAAAAAAIIII!!!!! ENNNNNNNNNNNNNNTTTTEEEEEEEE NNNNNNNAAAAIIIIII!!). Quem sabe Naughty Girl ou Shake Ya Ass, ou mesmo Don't Cha? E até Somebody Told Me se você tiver no clima do meu primeiro post.

Cheese faz paródias de rocks, pops, raps, o que der na telha. E com um de seus álbuns com um fenomenal trocadalho (I'd like a virgin), não poderia deixá-lo de listar. Dentre tantas músicas interessantes, optei pela que tem uma certa ligação com minha adolescência. O interessante é que você consegue prestar mais atenção a letra, já que a música
tem um ritmo bem mais lento e é mais claramente cantada:

Richard Cheese (Offspring) - Come out and Play


Offspring

2. Violent Femmes

Porque alguns covers são melhores que o original. Ponto. Tem algumas músicas que definitivamente são boas, mas por algum motivo só alcançam seu potencial máximo quando outras bandas ou artistas as cantam. Esse é caso com esses dois covers do Violent Femmes. A primeira está presente no álbum Why Do Birds Sing?, um dos últimos álbuns que realmente me marcaram (mesmo que eu tenho o escutado décadas depois de seu lançamento). Trata-se de uma versão maravilhosa para Do You Really Want to Hurt Me? do Culture Club/Boy George. Aliás, eu não sabia que era um cover até me contarem. Se você nunca ouviu a original, escute o cover antes:

VF:

CC:

A outra tem uma estória no mínimo curiosa. Lembro-me que um dia estava vendo TV, a uns bons anos, quando Gnarls Barkley ainda tocava nas rádios brasileiras, e seu novo single (Gonne Daddy Gonne) tocava num canal qualquer. E essa música é de quem? Do VF. Assim, a uns dois anos atrás, o VF fez o mesmo com Crazy, resultando numa versão mais interessante que a original.

VF:
(precisa colocar a original?)

VF ainda fez um ótimo cover de Children Of Reovlution do T-Rex. Procurem.

3. Devotchka - Venus in Fur

Novamente, mais um caso de "cover melhor que o original". Aliás, todas as versões que já escutei são melhores que a original (aguardando a inquisição espanhola). Essa canção está presente no Curse Your Little Heart, que Além de Venus in Furs tem Something Stupid. A versão do Devotchka é mais pesada, menos lisérgica, e possui a identidade da banda (escute Devotchka, não dá pra explicar). A banda você provavelmente ouviu caso tenha visto Pequena Miss Sunshine, já que a trilha sonora é toda deles.

Devotchka:

Velvet Underground:

Também gosto do cover feiro por Gary Numan e Little Boots no especial para a BBC 6. Acho melhor que o original, mas gosto mais da versão do Devotchka.

4. AFI - Just Like Heaven (The Cure)

Outra banda que teve certo impacto na minha adolescência. Por favor, desconsiderem a androgenia do vocalista,
ele já superou essa fase. O AFI, ou A Fire Inside, é uma banda que surgiu no cenário punk norte-americano dos anos noventa, e que foi desde "minha mãe não me deixa ter um moicano" até músicas sombrias sobre morte, suicídio e ostracismo - não me venham com 'coisa de emo', leiam as letras antes de falarem asneiras.

Minha época favorita é essa mais sombria, e em muitas letras você via uma certa influência do The Cure, admitida pelo próprio Dave Havok. Podia ter escolhido algum cover de Misfits feitos pela banda, contudo, esse me impressionou muito a primeira vez que escutei. Foi feito para um especial da MTV, onde várias bandas tocaram músicas do Cure. E vale lembrar que bem antes o AFI havia feito uma versão de Hanging Garden.

AFI

5. Nick Cave - Disco 2000 (Pulp)

Excelente. Bem diferente da original. Disco 2000 é uma música bem animada, pop honesto, uma quase canção de amor de adolescência reprimido. Soa como empolgação na voz de Javer Cocker, algo quase feliz. Soa como melancolia na voz de Nick Cave, algo como "vamos pular essa parte e ir logo para o futuro onde eu nunca mais te verei e, quem sabe, você possa me fazer feliz ao me dar um pouco de atenção". Essa versão está no segundo CD do single Bad Cover Version (f-o-d-a), do Pulp. Nada mais apropriado.

Nick Cave

Pulp

6. Face to Face - Tommy Gun (The Clash)

Em termos de punk/hc: Para que uma banda faça cover de Clash ela precisa ter muito culhão. Especialmente do Clash, afinal, cover de Ramones qualquer um faz, porque mesmo que a banda tenha surgido por influência dos Ramones, Clash está em um nível acima (aguardando a inquisição espanhola)

Face to Face fez um cover de Tommy Gun para o álbum Burning London: a tribute to The Clash. Um álbum com ótimos covers e outros péssimos. Péssimos. Tommy Gun é um das minhas músicas favoritas do The Clash e ela não está listada no álbum, é uma faixa secreta. Descobri a música por acaso, não lembro como. Só sei que foi uma surpresa MUITO agradável. A música é quase um cover nato - sem palhaçadas, sem "vamos colocar minhas visões nessa bagaça" e qualquer outra coisa do gênero. Não só foi muito agradável descobrir essa faixa escondida, como ver que foi feita por uma das bandas que mais curtia, mas que ouvia pouco. E o pouco que eu ouvia de Face to Face passava toda a energia que o punk e o hardcore costumavam ter (bem, a maior parte das bandas de 20 anos atrás - e isso é 1990... - ainda têm). E isso é o que um cover de Tommy Gun precisa. Falem o que quiserem do hardcore, falem o que quiserem do punk, falem o que quiserem de Clash e Face to Face, mas admitam que poucos estilos de música conseguem passar tanta energia e vibração.

Clash:

Face To Face:

7. Dresden Dolls - War Pigs (Black Sabbath)

Dresden Dolls era um duo de Boston composto por bateria, piano e um vocal poderoso de Amanda Palmer. Porra, fico chateado só de pensar que provavelmente nunca vou vê-los ao vivo (voltaram para uma mini turnê nos EUA). E Dresden Dolls de vez em quando fazia covers em seus shows. Alguns desses covers foram registrados. No geral todos os covers são muito bons, mas o de War Pigs se destaca. Se o pessoal do Black Sabbath presenteou a Nina Person com um buquê por causa de Iron man, deveriam presentear Amanda Palmer com um jardim. Exagero? Decida-se:

Dresden Dolls:

Black Sabbath:

8. Muse - Feeling Good (Nina Simone)

Eleita pelos fanboys e fangirls no NME como o melhor cover de todos os tempos (nem eu considero isso), é um excelente cover. Curiosamente, não sabia que era um cover nas primeiras vezes que ouvi. Não desgosto da versão original, mas prefiro o cover. O cover é mais energético e combina muito com o clima da letra escrita pela Nina Simone. Não há muito o que ser dito. Faz parte do segundo álbum da banda, o Origin of Symmetry, e agrada bastante os fãs, sendo uma das canções que todos cantam a plenos pulmões nos shows.

Muse:

Nina Simone:

9. Maniac Street Preachers - Umbrela (Rihanna)

Pois sim! Uma música chata como Umbrela pode ficar muito bacana nas mão certas. Não é uma versão palhaça como Travis fez para Baby One More Time, pelo contrário, é bem trabalhada e faz com que essa música torne-se audível. Me agrada bastante porque não é uma zoação ou uma coisa meio forçada. E Maniac é uma banda bem subestimada cá nas terras tupiniquins, não acham?

Maniac Street Prechers

10. Bauhaus - Ziggy Stardust (David Bowie)

É agora que a inquisição me mata: prefiro o cover. Nada mais a comentar. Mentira. Não tenho absolutamente nada contra a original, muito pelo contrário. É apenas questão de gosto.

Bauhaus

David Bowie

11. Teenage Fanclub - Here Comes Your Man

Pode alguém estragar essa música? Pode. Pode alguém fazer essa música ficar melhor? Também. Como eu já vou pra fogueira mesmo, digo o seguinte: sempre gostei da original e ainda gosto. Mas ela enjoa, a ponto de ficar praticamente uma música chata. E na minha modestra opinião, com o Teenage ela fica menos chata e demora mais pra enjoar.

Se não me falha a memória, esse cover está no single de I Need a Direction. Fâs do Pixies, escutem. Fãs do Teenage que não sabiam do cover, escutem também.

Teenage Fanclub

sábado, 16 de outubro de 2010

Mais álbuns "mais fodas que ninguém ouviu"...

Faz um tempinho o Adilson postou sobre os álbuns fodas que ninguém ouviu. Pois acho que o tema pode ser apropriado de outras formas: “os álbuns mais fodas que ninguém ouviu, só eu”, “os álbuns mais fodas que eu ACHO que ninguém ouviu”, “os álbuns mais fodas que ninguém ouviu, POR AQUI”, “os álbuns que eu acho foda e NÃO CONTO pra ninguém”... Vai por aí. Começo de trás para frente. E que me critiquem, julguem, tirem sarro... Mas ouçam os álbuns depois!

I – Os álbuns que eu acho foda e não digo pra ninguém:

Hanson – This Time Around (2000)
Foi o último dos Hanson por uma grande gravadora, a Island, da Universal. Nada de vozinhas a la Jackson Five e singles jingles tipo "Mmmpop" – na minha humilde opinião, uma das melhores canções pop do fim da década de 90 – ou "Where's The Love". Aqui, logo na abertura do álbum, “You Never Know': um toma distraído pros preconceituosos de plantão, os primeiros a detonar o trio. A faixa não nega um pezinho dos Hanson no hard rock americano. Não vou fazer um faixa-a-faixa senão o post vai ficar gigante e daí dá preguiça. Vão lá ouvir que vale mais a pena: "You Never know", "Runaway Run" – a guitarra faz referência aos melhores hits rock pop do fim dos 80, "If Only "– essa tocou um moooonte na MTV e a letra engatada é trava língua até pra quem já passou do intermediário no inglês - dá vontade de cantar junto -, "This Time Around", "Can't Stop", "Hand in Hand", "In the City" – um “também dá pra ser roqueiro”. Pop, pop, pop, “This Time Around” prova que dá pra fazer o melhor da fórmula estrofe – ponte – refrão. Depois dele a banda se cansou do modo indústria fonográfica de produzir álbuns e saiu da Island para assumir as rédeas da carreira, fundando seu próprio selo e lançando mais três álbuns de lá pra cá: Underneath (2004), The Walk (2007) e Shout It Out (2010) – ainda não escutei o último, mas o título de fodão, até agora, fica pro “álbum de passagem”.
E então? Criou coragem para se dedar e revelar o que acha foda mas tem vergonha de admitir? Deixa um comment, então, só quero ver...

Pra ouvir e entender: http://www.hanson.net/site/sections/206

http://www.youtube.com/watch?v=TLjbgqkwTGQ (ao vivo, há uns aninhos; tente abstrair as histéricas atrapalhando a música... Ainda faço um post disso... As histéricas dos shows dos Hanson... Uma praga.)

II - Os álbuns mais fodas que ninguém ouviu, por aqui.

Agustana – All the Stars and Boulevard (2005)
Este é imperdoável. Não entendo como nunca chegou pras bandas de cá.
Conheci o Augustana meio que por acidente. Estava morando em New Jersey (EUA) e sempre escutava uma música liiinda no rádio, daquelas bem deprês, melosinhas, tristes, mas que a gente não consegue evitar. Só que – maior problema das rádios e, agora acredito, problema internacional! - nunca diziam o nome da banda. Um belo dia, vou feliz, lépida, realizada, a um show do Snow Patrol em Nova Iorque. Daí que havia uma certa comoção com a banda de abertura e eu neeeeem. Todo mundo comprando cd, camiseta de um tal de Augustana. Eis que o show de abertura começa, todo mundo berra as músicas e a última... A MÚSICA DA RÁDIO!!!! “Boston”, do Augustana. Agustana. Já ouviu falar??? Desafio encontrar alguém que já ouviu uma música deles numa rádio brasileira. No dia do show não comprei o álbum, minha missão era conseguir camisetas do Snow Patrol – uma pra mim e uma pro Adilson! Que ironia! - e não tive nem tempo de pensar. Fui comprando as músicas todas pelo itunes, mas, de volta ao Brasil, roubaram meu ipod e agora estou orfã de Agustana. Só youtube. Podem ir lá conferir: Boston, Stars and Boulevard... Ah! Coloca Augustana de uma vez que tem coisa mais recente foda igual... “Augustana, a banda foda que ninguém ouviu, POR AQUI”, resume melhor a questão. Pra quem gosta de um pianinho “que dói”. Só um toque: super difícil achar as faixas para download. Coisa de gravadora. Se achar um caminho fácil, me avisa, por favooor.

Pra ouvir e entender: http://www.augustanamusic.com/music/all-stars-and-boulevards

http://www.youtube.com/watch?v=IlZzf3SjsP4&ob=av2n


III - Os álbuns mais fodas que eu acho que ninguém ouviu

Mew – “Frengers” (2003)
Esse é um álbum estranho de uma banda que parece que veio do mundo do Tolkien, cheio de elfos... O Mew é da Dinamarca, então dá pra entender a analogia... “Frengers” é um álbum com clima. A voz do vocalista é meio fanha e super aguda e os efeitos sonoros e melodias, nada óbvias, ajudam a construir o tal clima – meio etéreo, tipo “Terceira Dimensão”. Os especialistas desculpem a falta de precisão, mas vou ter que ficar fazendo analogias pra explicar um pouco o que é o som desse álbum. As guitarras são fortes, mas sem histeria, a bateria tem uma pegadinha eletrônica, tem teclado/ piano... E de fundo tem sempre um “ruído do universo”... Entenderam? Uma coisa meio “Interpol meets Enya”! Vai entender! Melhores faixas: “Am I right? No”, “Symmetry” (essa acho que o Snow Patrol “chupinhô” em “Set The Fire To The Third Bar”, que eu adoro...), “Snow Brigade”, “Eight Flew Over,One Was Destroyed”, “She came home for Christmas” (essa é fácil, de tocar nas rádios, tem refrão e tudo, mas por aqui nada, né, que eu me lembre), “She Spider”, “Comforting Sounds” (outra chupinhada pelo Snow Patrol... hmmm “Chasing Cars?”... Qualquer semelhança...Será? Gosto das duas, mas gosto bem mais da “original”)... Isso é quase o álbum todo! Por isso é fodão! Ah! O primeiro lançamento é de 2003 e tem, além de composições daquele ano, uma coletânea do melhor dos dois primeiros álbuns independentes da banda.
Esse é o melhor do post. Se tiver com preguiça ou se desconfia muito de mim, começa por aqui!

Pra ouvir e entender: http://www.mewsite.com/music/no-more-stories-are-told-today-im-sorry-they-washed-away-no-more-stories-world-grey-im-tired-l

http://www.youtube.com/watch?v=4JVUvC74D8w

Divirta-se!
obs.: querido amigo Adilson que está além-mar, passando férias, e que me deixou aqui morrendo de inveja - prometo trabalhar melhor a estética do post quando meu Mozilla parar de me sabotar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Oh, baby!

Fazia um bom tempo que não escutava Sleater-Kinney e resolvi "matar a saudade". Escolhi um dos álbuns que tenho, sem seguir nenhum critério, e calhou de ser o All Hands On The Bad One. Enquanto tocava Milk Shake and Honney resolvi prestar atenção na letra. Pois bem! É basicamente uma letra sobre um relacionamento, digamos, mais pro campo do sexo sem compromisso do que outra coisa. Em determinada parte da música ela canta (já traduzindo para o português):

Continue a me excitar
Com essas palavras em francês
Que não consigo pronunciar

Bem direto, não? E isso me fez prestar atenção, ou me dar conta, de tantas outras músicas do pop norte-americano e britânico que falam sem rodeios de sexo - e sem caírem na vulgaridade. Vale lembrar que não falo aqui de músicas "talk dirty with me", ou coisa que o valha. Falo de músicas que dizem coisas como:


Oh I know
that you're engaged to him
Oh, but I know
you want something to play with baby


I'll be around when he's not in town
I'll show you how you're doing it wrong
I really love it when you tell me to stop
Oh it's turning me on

(Pulp - Pencil Skirt)


Oh, oh, oh...
Well you'll always be together
Cause he gets you up in leather
And you know what to wear at the end of the day
And I'd laugh if I saw
Put them out of the way
Yeah, it's too long ago, shouldn't care anymore
But I wanted to know
Is it as good as before?
Yeah, it's hard to believe that you go for that stuff
All those baby-doll nighties
Synthetic fluff

(Pulp - Pink Gloves)


Come on dad gimme the car
Come on dad gimme the car tonight
I tell'ya what I'm gonna do
I'm gonna pick her up
I'm gonna get her drunk
i'm gonna make her cry
I'm gonna get her high
I'm gonna make her laugh
I'm gonna make her...shh
woman, woman, woman

she gotta knows she's it
cause I'm gonna touch her
all over her body
gonna touch her
all over her body

(Violent Femmes - Gimme The Car)


Admito que algumas delas podem até soar vulgares, mas pelo menos não ficam cheias de dedos ou escrevem coisas chulas. Basicamente é isso que ouço nas músicas pops brasileiras - ou a pessoa fica com eufemismos ridículos e frases cafonas (fazer amor / amor com cheiro de virada), ou são extremamente vulgares beirando o folclórico do machão (não que isso não seja engraçado em seus momentos) alá Velhas Virgens.

Alguém pode argumentar que isso é porque não falamos inglês como primeira língua, assim, tudo soa menos vulgar numa língua estrangeira. Mas não acho que seja esse o caso. "Estarei por perto enquanto ele estiver fora / te mostrarei como está fazendo errado / adoro quando me manda parar / está me excitando" não soa pior do que a versão na língua mãe, e nem "Mas eu queria saber, é tão bom quanto antes? / Sim, é difícil acreditar que você faz essas coisas / Todas esses baby-dolls sintéticos" . Logo, acredito que seja a forma quase que com vergonha ou falta de jeito que o brasileiro lida com o tema. A impressão que dá é que ou tem-se que falar de forma quase que velada, ou tem que ser explícito querendo dizer "É só sexo! Não tem nada de demais!" - obviamente, funk não se encaixa aqui por pertencer ao grupo "talk dirty".

A impressão que tenho é de, ainda hoje, parecer existir um certo receio de abordar o tema de forma mais aberta, não sei se por medo de soar subversivo e contra os bons costumes e a dignidade, ou ferir os sentimentos alheios. Ou quem sabe até, isso é algo de nossa cultura. O falso liberalismo - tudo pode em época de carnaval, na pode fora do carnaval. Falar de sexo só se você for baixo como "essa gente do funk", "esses perdidos do rock'n'roll" (leia-se: bandas que falam de puteiros, putas, mulheres objetos, bacanais). Contudo, o sexo casual, entre amantes, entre amigos com benefícios, e por aí vai, parece ainda pertencer ao mundo do "guarde para si! Não nos envergonhe". Acredito, também, que tenha algo a ver com essas músicas terem um contexto. Não são simplesmente um monte de palavras jogadas para falar sobre o ato por falar, ou uma sequência de frases pervertidas simplesmente para "chocar". Não tenho nada contra uma boa metáfora, ou um eufemismo mais sagaz (sem trocadilhos), porém, acho mais vergonhoso falar por eufemismos e metáforas baratas.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Listinha (10+1) - Alguns dos (meus) melhores covers de todos os tempos na música


Toda banda que se preze já tocou um cover, nem que seja no início de carreira. E hoje vemos álbuns só dessa categoria de música e até artistas ficando famosos só com covers (Emmerson Nogueira e Danni Carlos que o digam!). A fascinação do cover é justamente ver uma música que muitos conhecem de uma outra maneira, com outra fórmula musical.

Como todo blog que se preze, vou também fazer minhas listinhas de melhores ou piores disso ou daquilo. E essa minha primeira list veio através do post que fiz sobre samplers. Agora, volto com a idéia inicial: listar as regravações que ficaram tão boas ou melhores que as originais! Vamos a elas:

Ugly Kid Joe - Cat's In The Craddle
Além de "Everything About You", a banda também fez sucesso com uma música que, na verdade, ninguém sabe (ou sabia) que é um cover. A música original é do Happy Chapin. A gravação do Ugly Kid Joe manteve a essência da música e acrescentou uma pegada de rock nessa música folk e ficou muito bom. Dá uma ouvida:

Happy Chapin - Cat's In The Craddle
Ugly Kid Joe - Cat's In The Craddle

Foo Fighters - Baker Street
Uma das minhas bandas favoritas pegou a música do Gerry Rafferty e gravou como b-side. A original é carregada de um saxofone meio brega, mas a letra é bem legal. Dave Grohl e sua turma transformaram a balada em um rock n roll bem potente!

Gerry Rafferty - Baker Street
Foo Fighters - Baker Street

Elvis Costello - She
Essa versão da música cantada em inglês pelo cantor francês Charles Aznavour ficou bem parecida com a original, mas ainda gosto mais dos arranjos e da voz rouca do Costello. As diferenças são sutis e, com a música aparecendo na trilha do filme Notting Hill, fez muita gente conhecer tanto um cantor quanto o outro. E sem falar que a letra é uma das declarações de amor mais fudidas de boas que já vi.

Charles Aznavour - She
Elvis Costello - She

No Doubt - It's My Life
Esse single que a banda de Gwen Stefani regravou ficou de muito bom gosto. A música original do Talk Talk tem uma instrumentação muito datada e regravá-la não exigiu muito da banda. Mas a voz da Gwen e a simplicidade do cover fez a música bombar nas rádios e voltar a fazer sucesso. Me ganhou pela simplicidade. Vai aí:

Talk Talk - It's My Life
No Doubt - It's My Life

Joss Stone - Fell In Love With A Boy
Esse cover pegou todo mundo de surpresa: fazer uma música foda do White Stripes de pegada roqueira virar um Rythm and Blues bem sexy e swingada não é pra qualquer um (no caso uma). Essa é da época em que a Joss Stone ainda tinha credibilidade comigo, sem ficar querendo ser uma Beyoncé branquela...

White Stripes - Fell In Love With A Girl
Joss Stone - Fell In Love With A Boy

Marisa Monte - Bem Que Se Quis
Eu não sei muito bem por que eu botei essa música aqui. Acho que foi mais pra jogar na cara: Você sabia que essa música da dona Marisa Fodona Monte é, na verdade, um COVER de uma música italiana? A original tem um nome esquisitíssimo: "E Po' Che Fa' " do italiano Pino Daniele. É claro, depois a Marisa fez coisas legais, reconhecidas e tudo mais. Mas não adianta: ficará pra sempre na história! rs... ouve aí!

Pino Daniele - E Po' Che Fa'
Marisa Monte - Bem Que Se Quis

Kelly Osbourne - Papa Don't Preach
Muita gente, principalmente os discípulos de Madonna, acham uma heresia o que fizeram com a música dela. Minha opinião é o contrário: a música ficou bem foda! Foda! A filha do Ozzy não é lá essas coisas como cantora, mas conseguiu um sucesso considerável com esse cover. Prá mim, a letra ousada com a atitude roqueira do cover combinaram muito bem!

Madonna - Papa Don't Preach
Kelly Osbourne - Papa Don't Preach

Cake - The Guitar Man
O Cake é uma banda que sempre me surpreende. É uma banda de poucos instrumentos, mas conseguem tirar uma sonzera disso pra fazer um pop bem eficiente! Esse cover ficou com a cara da banda, que é muito bem sucedida em seus covers. A música original é do Bread. Aliás, alguém reparou na semelhança: Bread, Cake, hein? Hein? Só falta Milk e Butter prá fazer um café da manhã! Escuta só:

Bread - The Guitar Man 
Cake - The Guitar Man

The Rolling Stones - Like a Rolling Stone
Esse cover do clássico do Bob Dylan foi feito na época do ressurgimento do Rolling Stones como uma das principais bandas de rock do mundo. A levada folk não perdeu sua essência e, cá entre nós, a voz do Mick Jagger é bem melhor que a do Dylan! Ah, e claro, a música que é meio gigante, diminuiu. Mas foi por uma boa causa.

Bob Dylan - Like a Rolling Stone 
The Rolling Stones - Like a Rolling Stone

Jamie Cullum - Don't Stop The Music
Todos conhecem a música original, que a Rihana canta. Mas poucos conhecem esse cover que, à primeira audição, soa estranho. Mas se você reparar na letra e em como o Jamie Cullum faz o andamento da música, percebe que ela realmente foi bem pensada. Cheio de crescentes e suavidades, a música pode não ser lá essas coisas, mas o cover foi um trabalho muito bem feito. Classudo, eu diria!

Rihana - Don't Stop The Music 
Jamie Cullum - Don't Stop The Music

Hors Concours : Cake - I Will Survive
Cara, o que falar desse cover? É um verdadeiro tapa nas 2 orelhas ao mesmo tempo! Pegar uma música da Gloria Gainor, ícone da dance music e do meio GLS e transformar num rock and roll prá lá de inspirado, cheio de ritmo, quebradas e "balançante"  não é pra qualquer um. A banda mudou, inclusive o espírito da música: onde se ouvia um canto enjoado de uma mulher rejeitada que quer dizer pra si mesmo que vai sair dessa, no cover a música se torna um "sacudir a poeira e dar a volta por cima" com estilo! Aliás, o Cake poderia chamar a versão deles de "I Will Fuckin' Survive"! Pra mim, é o melhor cover, até agora, de todos os tempos. Enjoy:

Gloria Gainor - I Will Survive
Cake - I Will Survive

A banda Cake, com duas menções no post.
Cada um também tem sua lista dos melhores e piores. Quem tiver afim, coloca nos comentários os covers que vocês acham legais também pra gente trocar informação. Colocarei mais listas aqui pra "alimentar as polêmicas" pois discutir música, no bom sentido, é sempre muito agradável! Até!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

E o VMB vai para...

A banda Restart ganhando os prêmios no VMB usando toda a gama de cores berrantes  no vestuário. E eu nem falei dos cabelos...

Ao invés de escrever um post com minha opinião sobre o VMB e seu resultado (deu Restart na cabeça), não quis repetir o que todo mundo já sabe e acha dessa onda Happy Emo (só vais er bom quando ela acabar). Vou colocar aqui as frases que achei mais interessantes que rolou no Twitter sobre o assunto na noite da premiação. Vários blogs fazem essas compilações e, como eu escrevo sobre música, achei uma boa inaugurar isso aqui também. Vai:

@Cleycianne Quando a MTV vai ser ligar em Cristo e colocar a categoria de Melhor Clipe Gospel? #DeusÉMas

@lmsouza O Pelanza na MTV, meu! S2! S2!

@Cleycianne BoaSorteRestart um dia Deus curará vocês do encosto do homossexualismo passivo colorido!!

@omarciusmelhem Vc nota que ta ficando velho quando olha as novas bandas de rock e ve que sempre precisa somar as idades de dois integrantes pra dar a sua.

@lmsouza O Pelanza ganhou, meu! O pelanza! S2! S2!

@_dht Tô emocionada, Sandy e Mallu juntas.

@kibeloco Se o Justus cantar, sobe o nível musical do #VMB. (@_Pavan_)

@ondei Eu tenho um opinião sobre marmanjo que detona o restart.

@lmsouza O Pelan... Tá, já perdeu a graça.

@Ajose da legalização da adoção por casais homossexuais depende a reprodução da família restart

@lmsouza O que é mais irrelevante: Prêmio Multishow ou VMB?

@grasi_s Porra Bentoooo beijar a Preta gil fake não dá né!!!!

@LucianaToffolo Cada vez que alguém digita VMB um guri deixa de ouvir Ramones para escutar Restart.

@bortao galera vaia muito o restart! agora deu pra ouvir por que não cortaram pro outro palco. vaia MUITO

@rosana Tá, é só o TERCEIRO prêmio do Restart. Quer dizer. Prêmio web HOJE é batalha de votação de fã. Ponto. Perdeu TODO o sentido de prêmio

@kibeloco Restart e Anderson Silva no palco! Fight! #VMB

@lmsouza O VMB tem uma categoria o prêmio da Pitty do ano, né?

@Ajose o futuro imediato da tv é mute. eterno. #vmb

@nathy_nhan só eu acho que o Ok Go não tem a menor graça sem esteiras e sem tinta na cara?

@rosana OKGO - what happens in YouTube, Stays in YouTube #vegas

@bortao primeira atração musical do vmb que eu não dou mute, oba! #otto

@bringthecat Num guento timeline comentando VMB como se fosse Emmy.

@Ajose marina person no momento amaury junior. Keep it coming love, coming looooove, don't stop noooooooow, dont stop nooooooow

@ClaroRonado Subir no palco e ser vaiado, não é #RESTART é #GAMEOVER

@Robertafadel_ 'RESTART VAIADO' nos TT'S.

@marcogomes Em 2002 a pessoa era clubber. Hj, com 30, vem falar que a #FamiliaRestart é rídicula. Ah vá...

@rafinhabastos Tá zoando o Restart? Ah tá... genial mesmo é Capital Inicial.

Agora a minha opinião de merda: Tanto o Prêmio Multishow quanto o VMB deram a prova cabal de que, se você deixa a decisão acontecer por voto popular (leia-se internet), a premiação enaltece os artistas que tem o público pré-adolescente como foco. E o que é mais engraçado é que, por mais controverso que possa parecer, a premiação distorce o que é realmente relevante na música nacional. Será que não seria a hora de se pensar (não existe repensar!) esses prêmios de outra maneira?

Não sei quanto a vocês, mas cansei de ver esses roqueiros dos anos 80 cantarem sertanejo com guitarras. E amanhã, voltemos ao nosso bom e velho fone de ouvido.

Esse NÃO é o Restart. Mas bem poderia ser. Com vocês, "A Flock Of Seagulls", de 1983!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Os "Samplers" e a Música Eletrônica dos anos 2000

Esse post, novamente instigado pelo Fabiano (aquele cretino que me dá ótimos assuntos, mas ajudar a escrever que é bom, nada...rs...) quando estávamos em uma discussão sobre músicas covers. Numa dessas, ele me lembrou dos grandes artistas eletrônicos dos anos 2000 que foram ovacionados, na época, como grandes criadores musicais. Nomes como Moby, Daft Punk, Groove Armada são alguns dos que usaram e abusaram dos samplers, numa forma não muito original, mesmo assim levando muito crédito pelo pouco que faziam.

Pra exemplificar o que falei aqui, acho que grande parte dos que estão lendo conhecem pelo menos um sampler bem famoso que retrata o que eu estou querendo dizer. No filme "Pequena Miss Sunshine", todo mundo reparou que a música da apresentação da garotinha era bem conhecida, mas a letra estava um pouco mudada. Na verdade a música em questão era a original "Super Freak", sampleada por Mc Hammer e virou "U Can't Touch This".

Rick James e Mc Hammer . Peraí, a calça cagad... digo, saruel vem daí, MC Hammer???

O sampler é, basicamente, o uso de pedaços de uma música que já existe afim de se criar uma outra. E o desenvolvimento dessa técnica veio de acordo com a evolução dos gravadores, mixadores e geradores de loops (repetições de um mesmo pedaço de música) que começaram a modelar os vários tipos de samplers "existentes no mercado". A música eletrônica e, mais descaradamente, o rap, usam e abusam desse recurso.

Ao longo dos anos, vimos o rap estabelecer o uso de uma forma descarada dos samplers: a base é praticamente a mesma da original e o rap é declamado em cima daquilo. Esse tipo de sampler não contribui em termos de criatividade musical. O que ele faz é o simples resgate de músicas excelentes e agora fazem sucesso de outra maneira. O intrigante é que só reconhecemos os samplers de músicas extremamente famosas. Em 90% dos raps americanos que se utilizam de uma harmonia mais elaborada, com metais, baixos e guitarras muito bem feitos, pode apostar que aí é sampler. Quer ver? (a coisa toda do rap samplear dessa maneira já se conta hoje como favas contadas: se estabeleceu que o rap/hip-hop é feito assim).


Jay-z (Roc Boys) e Menahan Street Band (Make the Road By Walking). Começa a 1:12 no video da direita.

Daí, nos anos 2000, veio o frenesi da música eletrônica em que todo mundo achou que essa era a vanguarda. Nesse meio, surgiram vários artistas que despontaram misturando samplers, tocando em cima dessas bases prontas com outros instrumentos musicais e, com isso, iam, supostamente, fazendo novas músicas. Alguns, como o The Chemical Brothers, se aperfeiçoaram nessa arte e realmente conseguiram reinventar várias sonoridades. Ou seja, as músicas que eles criam tem seus samplers em determinados momentos, mas elas nunca deixam de ser originais. Vai um exemplo (se eu colocar todas as músicas que compuseram essa única, o post fica inviável. Por isso mesmo, será só uma palinha).



Chemical Brothers (Star Guitar) e Electronic System (Flight to Venus): Lembra, mas não é a mesma coisa.

Alguns artistas se saíram bem na "arte do sampler", outros nem tanto. Um exemplo descarado é o Moby, que fez muito sucesso com seu álbum "Play" e é o álbum mais famoso do careca americano. Mas Moby está longe de ser o gênio criativo que todo mundo viu. Olha só a cara de pau do rapaz:


Moby (Natural Blues) e Vera Hall (Trouble So Hard). Fazer uma base assim, até eu!


Tem outros como o Moby: e essa do Groove Armada?

Groove Armada (My Friend) e The Fatback Band (Got To Learn How To Dance). Ctrl+C e Ctrl+V!



Tem essa do Modjo...


Modjo (Lady Hear Me Tonight) e Chic (Soup For One).

...e, Daft Punk! Até tu, Daft Punk?


Daft Punk (Harder, Better, Faster, Stronger) e Edwin Birdsong (Cola Bottle Baby).

Bom, o que quero argumentar aqui (e que é argumento do Fabiano também) é que nós, simples mortais, que não conhecemos esse mundaréu de músicas antigas e boas que existem, não identificamos o que é criado do que é sampleado. Até porque, a maioria dessas músicas são bem desconhecidas por parte do público. O que incomoda são esses artistas levarem o crédito de músicas que eles não criaram, somente copiaram e colaram, literalmente. E não estou aqui para desacreditar esses artistas, até porque gosto da maioria aqui citado, sendo samplers ou não. É questão de botar as coisas em seu devido lugar. Saiba que muita gente anda sampleando por aí e você não sabe! Ou sabe?


Amy Winehouse (Tears Dry On Their Own) e Marvin Gaye (Ain't No Moutain High Enough).

Quer saber mais samplers? O site Who Sampled é a fonte! Divirta-se!