terça-feira, 31 de agosto de 2010

Luiz Caldas, o Headbanger!

Tenham calma e nem abandonem a leitura: esse post não é sobre Axé Music. Até é, mas ela serve pra contar algo maior, que também me surpreendeu. Os mais novos não devem se lembrar, mas os que tem por volta dos seus 25 anos pra mais com certeza lembram. Um cara magrelinho, sempre com roupas meio espalhafatosas e o famoso cabelo enroladinho, inconfundível. Ah, e faltou eu falar do pé descalço! Luiz Caldas, essa peça rara baiana, fez muito sucesso nos anos 80 e foi um dos precursores do Axé Music (ele se declara o inventor dela).

Luiz Caldas, de All Star. pena, não tá descalço...

Aqueeele axé que o Luiz Caldas fazia era o axé muleque, de raiz, sem pornografia declarada nem dor de corno sertaneja. A indústria musical ainda não olhava com olhos perversos pro axé e tornado esse ritmo insuportável. Hoje, pra quem gosta de música de qualidade, Axé Music se tornou sinônimo de carnaval e, nessa época, não se ouve outra coisa. Ah, ouve-se sim, o funk....mas essa é outra discussão.

Voltando ao Luiz Caldas: o baiano começou seu sucesso com a música "Fricote (Nêga do Cabelo Duro)" e não parou mais: "O Que Essa Nega Quer", "Ajayô", "Ode e Adão", "Haja Amor"...o cara bombou forte! Não há quem não tenha vivido aquela época e não lembrar de pelo menos metade dessas músicas. O auge do seu sucesso veio com a música tema de Tieta, novela da Globo, que tocava na sua abertura, nos idos de 1989. No vídeo abaixo, o Luiz Caldas aparece no Globo de Ouro:



Luiz Caldas - Tieta (aí, axé muleque, de raiz, pé no chão!)

Depois dessa época de bombação geral, outras bandas de axé tomaram de assalto esse nicho musical e Luiz Caldas foi sumindo, aos poucos, do mainstream. Mas ele não havia parado de produzir música, gravando tudo o que lhe agradava como cantor/compositor. Até chegar a... Maldição! (Recomendação: só prossiga no post depois de ouvir a música abaixo)






Sim, esse é o Luiz Caldas cantando!

Infelizmente só deu pra postar essa música no blog. No Myspace do Luiz Caldas tem todas as músicas que ele fez em heavy/trash metal (Se você se "espantou com essa, tem muito mais coisa lá, então CORRE!). Quando ouvi pela primeira vez (graças ao meu amigo Fabiano), eu não acreditava no que meus ouvidos presenciavam. Era música com guitarra pesada, glutural e rock'n'roll. Eu só conseguia achar graça daquilo e ficar chocado! Mas meu choque é com a qualidade das músicas. Vocês podem vir com o preconceito que quiser, mas eu confesso: ficou muito maneiro! Surpreendentemente maneiro! E não é só eu que estou dizendo: em entrevista para o R7, o próprio Luiz Caldas disse ter recebido elogios de Andreas Kisser, Lobão, Tico Santa Cruz (tudo bem, ele não conta) e do Angra! 

Sabe quando você não consegue justificativas para poder falar mal? É meio isso que aconteceu quando eu ouvi. Eu realmente fiquei surpreso: a produção das músicas ficou muito boa, o timbre da guitarra também, fora as letras bem espertas! Não tem nada de genial, inovador ou transgressor. Mas é impressionante ter a imagem desse cara, que fez sucesso há um bom tempo atrás, voltar e fazer um trabalho assim.

 Esse é, na verdade, uma parte de um projeto ambicioso de Luiz Caldas: Entitulado de Melosofia, o projeto lançou 130 músicas inéditas, de diversos estilos (diversos MESMO: MPB, Frevo, Forró, Axé...) que já estão á venda em seu site. Não consegui escutar tudo porque eu não sou maluco, mas pelo que ele mesmo declara em releases e entrevistas, Luiz Caldas atira para todos os lados. O negócio dele é fazer som, seja ele qual for. De qualquer maneira, acho ele bem esperto. Tanto para o bem quanto para o mal. Mas, fazer o quê? Se ele faz música boa, é o que há de se julgar.

Luiz Caldas promete um show, chamado "Maldição", para o dia 18 de Setembro (desse ano, 2010) na Concha acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. Segundo o prórpio, "É uma produção caríssima" e "uma coisa cinematográfica nunca assistida no Brasil num show de rock". É esperar e ver o que vai rolar.

Myspace do Luiz Caldas (com todas as músicas de Rock do danado) : 

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O mundo pós-Los Hermanos (parte 1?)

Desde que a banda Los Hermanos saiu do cenário nacional temporariamente, nenhuma banda, que veio do universo indie, sequer se aproximou do prestígio e sucesso que os quatro cariocas obtiveram. Com as coisas cada vez piores para o cenario fonográfico e com a impopularidade crescente do rock, o cenário musical de hoje padece de uma, qualquer uma, banda que tenha algum som descente. E que toque minimamente em algum lugar.

Bruno Medina, Rodrigo Barba, Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo.

A história do Los Hermanos é bastante peculiar. Seu álbum de estréia (Los Hermanos, de 1999) é basicamente de Hardcore e Ska com letas que falavam principalmente - se não for em sua totalidade - sobre relacionamentos. A intenção da banda foi misturar o ritmo bem californiano do ska com letras e identidades brasileiras. Só que alguma coisa no meio do caminho deu muito certo - ou muito errado, dependendo do ponto de vista. A música "Anna Júlia" não fez só sucesso, mas se tornou onipresente em toda e qualquer rádio no Brasil. E alcançou até outros lugares, com versões em espanhol e italiano. O auge foi a versão inglesa de Jim Capaldi onde George Harrison (esse mesmo, dos Beatles!) participa do solo da música. E a coisa ficou tão "feia", que até duplas sertanejas regravaram. Mas isso eu nem vou esticar...vale a pena não.

Jim Capaldi e seu clipe "safado" de Annahhh Djuliahhh

Bom, o tempo passou e, é claro, o megahit trouxe um trauma pra banda. A pergunta que se fez é como seria o próximo disco, já que seria difícil desvincular a imagem da banda ao hit tão hypado. A resposta veio com o "Bloco do Eu Sozinho" (2001), onde o Los Hermanos amadureceu bastante nas composições musicais. O ska já se misturava mais com o samba, a levada ficou mais lenta e as letras tinham um jogo de metáforas e sutilezas muito interessantes. A crítica gostou e, por um momento, a banda abandonou "Anna Julia" num quarto escuro de castigo.

"Ventura", terceiro álbum da banda, de 2003, é, pra mim, o melhor do quarteto. Mais lento, é verdade, mas com mais profundidade e com letras bem amadurecidas. Este álbum tem um pé maior no samba e traz grandes composições. Ele consolidou a carreira da banda, tendo boa repercussão na crítica. E fez a banda uma das mais significativas de rock naquele momento.

Já o quarto álbum, "4" (dã), é um disco que, se você estiver levemente cabisbaixo e começar a ouvir, você corta seus pulsos. Tem uma carga dramática muito grande e pesa a mão nas letras soturnas e melancólicas. Esse álbum foi o último antes da banda encerrar suas atividades, segundo eles, de forma temporária. Depois da parada, a banda reapareceu em algumas apresentações especiais (como a abertura dos shows do Radiohead no Brasil) e um ou outro festival. Bruno Medina, que tem um blog no G1, costuma ser o porta-voz do atual estado da banda: se farão shows, se estão de férias ou se não estão nem aí.

O que deixa muita gente de nariz torcido com o Los Hermanos é o fato de suas entrevistas serem, quase sempre... digamos... improdutivas. A postura da banda demonstrava como o grupo queria sair do rótulo de "banda de uma música só" que alguns teimaram em lhes colocar. Isso resultou numa postura ríspida, com respostas mau dadas ou malcriadas. Em qualquer entrevista, a banda sempre se mostrou cética e blazé, sem motivo aparente, até mesmo pra perguntas sem qualquer tom de maldade. E, com razão, suas declarações "esquivantes", deixariam qualquer um irritado.

Além disso, a combinação do rock de garagem e das letras, que falavam do cotidiano e, principalmente, dos problemas de relacionamento amorosos (a.k.a. "dor de cotovelo") touxeram uma enxurrada de fãs. A identificação do público jovem foi certeira e, desde então, é fervorosa. Bem fervorosa! Tamanha era a adoração que, nos shows, mal se ouvia a banda. A platéia, em uníssono, cantava todas as músicas de cor. Até aí, tudo bem.  Mas o grande inconveniente do fã de Los Hermanos, em especial,  era a impetuosidade e a adoração  incondicional (coisa de todo fã) que se potencializou por seu público ser composto de jovens adultos carentes de referências musicais no cenário brasileiro. O que quero dizer é que a banda se tornou o porta-voz das angústias juvenis de uma geração. E não vejo exagero da minha parte em falar isso. Atire a primeira pedra quem nunca "talibanizou" um fã de Los Hermanos! O clipe da música "O Vencedor" é o retrato do que falei há pouco, sobre shows e cantoria:

Los Hermanos - O Vencedor  (e um pouco de vergonha alheia)

Mas o fato é que, fale bem ou fale mal, o Los Hermanos conseguiu conquistar um mercado que, no Brasil, era de pouca significância. O alcance das músicas, o reconhecimento da crítica e do público e, principalmente, a qualidade das composições, fizeram com que a banda conseguisse sucesso e despontasse como referência de som roqueiro no cenário nacional. O nicho foi aberto e, até hoje, não foi ocupado ou explorado.

Hoje, para as bandas indies novas que tentam certo conhecimento no mercado, a comparação com Los Hermanos é inevitável. E até irritante, já que, de som "indie", o Brasil, tem poucas referências famosas. Herança bendita e maldita! Pretendo, mais a frente, postar sobre como algumas bandas tentam notoriedade no lugar que, um dia, o Los Hermanos ocupou.

sábado, 14 de agosto de 2010

Os incríveis álbuns que quase ninguém ouviu

Esse post foi inspirado por um amigo meu, o Gustavo, que postou no seu twitter um álbum que eu o recomendei e ele gostou muito. Ele não conhecia a banda, apesar de ouvir tanta coisa boa quanto eu. E, disso, percebi que tem alguns álbuns que já ouvi, de bandas ou artistas meio desconhecidos que considero excepcionais - da primeira a última música - mas que pouca gente conhece. Como é um post com opinião de m*rda, é normal que muita gente não concorde completamente com minha opinião. Mas a discussão é válida, assim como minhas sugestões.

O que é mais engraçado é que existem vários álbuns que eu cogitei colocar aqui, mas acho que uns ou outros já conhecem. Feist e Doves são alguns deles. Estão no post bandas pouquíssimo conhecidas e álbuns ainda obscuros até pela minoria. Vai ter sempre alguém que vai conhecer um ou outro. Ou seja: bom pra vocês! rs... Vai a lista:

OBSERVAÇÃO: Todos os álbuns têm links diretos pra ouvir no final de cada comentário.

The Cinematics - A Strange Education

Esse é o álbum apresentado ao Gustavo. Os caras são escoceses, da terra do Franz Fedinand e debutaram com o "A Strange Education", lançado em março de 2007. Tem 12 faixas todas muito bem produzidas. O que me impressiona desse disco é a junção da linha melódica (o que é cantado) com a harmonia. Os arranjos são enxutos e MUITO precisos. Sabe aquele disco bem produzido e despretensioso? É esse aqui!

Por que o álbum é fodão? Porque te prende os ouvidos de maneira absurda, tamanho o bom gosto do material. Quem gosta de rock indie é imprescindíel ouvir! (Ouça o álbum na íntegra na minha Playlist do Mixpod)





Bell X1 – Blue Lights On The Runaway

Foi muito curioso como eu achei esse álbum. Não sei por que, pensei que estava escutando o álbum solo do vocalista do Interpol. E comecei a perceber que a voz não era a dele, mas o álbum era INCRÍVEL! Obviamente, não tinha nada a ver com Interpol, mas nem por isso deixava de ser muito bom.

Esse álbum de 2009 é o mais recente de 4 lançados pela banda. Ele mistura músicas mais agitadas com outras melódicas lindíssimas. E não é o melódica-coldplay-emo (embora eu goste de Coldplay e não de emo). São grandes canções: toques bem sacados de pop, um vocalista bastante afinado e um instrumental bem diferente do habitual. Não é um álbum galhofa, fiquem tranqüilos. É um álbum FODA!

Por que o álbum é fodão? É um álbum de rock que utiliza muitos elementos de arranjos pop deixando cada música muito diferente uma da outra. Sem nenhuma perda de qualidade e sem chatice. E vale pela frase: “você é o chocolate no final do meu Cornetto”, na música “The Great Defector”. (Ouça o álbum na íntegra na minha Playlist do Grooveshark).



Hard-Fi – Stars of CCTV

Esse foi da época em que ficava procurando todo dia as novidades da NME (New Musical Express), famosa revista britânica de música. O álbum alcançou o primeiro lugar nas paradas britânicas em janeiro de 2006. Foi um belo achado! O título do álbum ("Stars of CCTV") remete ao sistema de câmeras de vigilância na cidade de Londres implantado na época de gravação do disco (2005).

Voltando à música: “Stars of CCTV” também é um álbum de estréia. E a característica do som é ser um rock de pista de dança, que diverte pacas! Algo que o Kaiser Chiefs e o Kasabian fazem bem. A guitarra é bem marcante: ela dá o tom certinho entre o alívio e a intensidade das músicas. E essa variação é que dá a nuance que te empolga quando a música vai num crescente. Sem contar a bateria, que faz a sua cabeça indo pra cima e pra baixo enquanto você ouve. Aliás, impossível passar impune: você vai bater o pezinho, estalar os dedos ou acompanhar com a cabeça.

Por que o álbum é fodão? Você pode até não querer, mas seu corpo vai acompanhar involuntariamente a música. É um dos poucos álbuns que sabem botar o timbre da guitarra nas horas certas, mesmo intervendo pouco com ela. As sextas feiras ouvindo esse álbum não passam impunes! (Ouça o álbum na íntegra na minha Playlist do Mixpod)  



The Dandy Warhols – Thirteen Tales From Urban Bohemia

Esse album é um pouco mais antigo, de 2000. Mas é um dos que mais escutei em toda minha vida. The Dandy Warhols é uma banda de Detroit, cidade pouco conhecida pela sua cena indie. E, junto com Brian Jonestown Massacre (banda parceira deles, e mutcho loka), montaram um mundinho indie em meio à fama industrial da cidade.

“Thirteen Tales...” foi um dos melhores álbuns daquele ano. E não fui eu quem disse! rs... Eles mesclam elementos da cena indie com um pop certeiro, poderoso e com um baita cuidado nos arranjos. Esse é o tipo de álbum que você tem que ouvir na sequência, sem pular música e sem deixar no modo schuffle. Ele te mergulha em um ambiente sonoro e vai te levando pelos vários meandros de músicas muito diferentes, mas sempre com um mesmo clima.

Por que o álbum é fodão? É um dos poucos álbuns preocupados em criar uma atmosfera sonora sem ser chato em momento nenhum. Além disso, é cheio de ótimos singles e a música mais maneira daquele ano: “Bohemian Like You”. (Ouça o álbum na íntegra na minha Playlist do Mixpod)


The Stills – Logic Will Break Your Heart

Esse é meu xodó. Impossível ver a capa sem ficar pensando sobre ela. E, pra mim, a capa diz muito sobre o disco. Como muitos aqui, é também álbum de estréia (2003). Essa banda canadense “corre por fora” na cena indie. Junto com a Feist, é uma das melhores coisas do Canadá (brincadeira! Tem a Alanis também...rs...). Depois desse álbum vieram outros também muito bons. Mas pra mim, nenhum deles bate esse aqui.

É um típico álbum de rock. E um típico álbum indie. 2 guitarras, uma com a linha melódica e outra com riffs que caracterizaram os Strokes e Franz Ferdinand. O baixo é bem marcado, discreto na medida certa. O vocal é simples com melodias certeiras! E tem a melhor performance de um baterista em um álbum. Se existisse prêmio de melhor gravação de bateria, seria pra esse cara. É incrível como ele domina o instrumento e faz as músicas ganharem uma qualidade absurda. (Ouça o álbum na íntegra na minha Playlist do Grooveshark)

Por que o álbum é fodão? Acho que, em alguns momentos, é difícil descrever sensações. E acho que é só ouvindo pra tentar entender algumas coisas que falei sobre esse disco. O mérito vai pelo rock bem feito, de batera/baixo/guitarra/vocal que, de tão honestos, fazem o álbum um dos melhores que já ouvi.


Rodrigo Campos – São Mateus Não É Um Lugar Assim Tão Longe

Esse álbum é um dos principais da cena contemporânea de São Paulo surgida nos últimos 2 anos de ótimos compositores e músicos. (Pra saber mais, veja essa matéria d'O Globo).  E, se você não tem preconceito musical e o que importa pra você é sua qualidade, corra pra ouvir esse disco. Na verdade, não chega a ser um disco estritamente de samba: ele usa outros elementos na sua música e transforma o simples samba em algo elegante, coisa difícil de achar por aí. "São Mateus...", outra obra pensada do início ao fim, remete, segundo a uma crítica que vi, a algo parecido com um olhar cinematográfico. Concordo plenamente. Mas não é um simples início-meio-fim. O “tema” que Rodrigo Campos utilizou foi contar sobre sua infância no bairro São Mateus (periferia de São Paulo) e da vez que retornou lá pra reencontrar os amigos de infância. O que você escuta são os flashes de sua memória, captados e representados através das canções.O álbum se torne um registro de suas lembranças e histórias no bairro.

E isso faz de "São Mateus..." uma peça melancólica e tocante! Difícil não ouvir o álbum e não se transportar pro mundo em que Rodrigo viveu. A violência, o sexo, as reuniões com os amigos, o dia dia de quem viveu tudo na pele está nos seus ouvidos, com sutileza e sensibilidade.

Outra coisa muito boa nesse álbum é a presença de Luisa Maita, cantando 4 músicas no álbum de seu namorado. Já falei de Luisa em um post anterior e acho incrível o que seu timbre faz com as músicas e como compõe. Double Hit Combo!

Por que o álbum é fodão? Porque te pega pelo pé: foge do clichês dos sambas comuns e trata o álbum como uma obra e não como um punhado de canções. Quer imergir na São Mateus de Rodrigo Campos? Escute e se emocione.(Ouça na íntegra na Rádio Uol).


Tem muitos mais de onde esses vieram. Se tiverem algo pra indicar, os comentários estão mais que abertos. Espero que escutem e se divirtam com as músicas deste post. Até mais!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ei, você aí! Desligue esse som ou coloque um fone de ouvido!

Esse post é mais em tom de protesto do que informativo. Aliás, esse assunto já foi abordado por alguns outros blogs (amante paulistana, por exemplo) e jornais online, como a Folha de S.Paulo e a Revista Paradoxo. Quis escrever esse post como um desabafo e também como algo informativo, prá deixar o máximo de pessoas sabendo sobre o assunto.


Fernandão, jogador de Futebol, sendo educado!
Você, que costuma andar por lugares públicos, usar o ônibus(urbano ou interurbano), metrô e afins já se deparou com alguém que está ouvindo música alta com um celular (ou, esporadicamente um MP3, 4, 23, 456...). A pessoa pode nem estar perto de você, mas aquele chiadinho musical entra pelo ouvido e faz um baita estrago nas suas ondas cerebrais e, como um parasita, causa danos irreversíveis à sua paciência e tolerância. É exatamente assim que me sinto quando alguém quer compartilhar seu gosto musical - em sua imensa maioria de mau gosto - com as pessoas ao seu redor.

Esse inconveniente começou a surgir junto com a tecnologia agregada aos telefones celulares. Não bastava ser possível colocar música, tinha que colocar um auto-falante externo e permitir que os arquivos pudessem ser reproduzidos em som alto sem auxílio de fone de ouvido! Junte isso com o Brasil - um dos países com a população mais mal-educada do mundo e deu no que deu.

Pode ser a 5ª Sinfonia de Beethoven ou o Funk da Chatuba: é uma atitude extremamente mal-educada. Eu repito: EXTREMAMENTE MAL-EDUCADA! E, no caso disso acontecer em ônibus e metrô, a pessoa estará infringindo uma LEI! Isso mesmo! Pra você que não sabe, toda cidade tem uma lei que proíbe som alto em transportes urbanos. Como cada cidade tem uma lei diferente pra isso, fica difícil citar todas. Mas as grandes cidades: - Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Curitiba etc - tem suas regulamentações sobre o assunto.

Tirinha do Bruno Comotti. Mostra mais ou menos como me sinto.
O que acaba acontecendo é que, infelizmente, ficamos constrangidos em reagir contra essa prática, muitas vezes por certa vergonha. Isso poderia ser evitado se essa informação simples estivesse ao lado da placa de "proibido fumar" ou "assento preferencial". Contar com o bom-senso de quem não é educado o suficiente pra saber que o mundo não gira em torno do próprio umbigo é o mesmo que tentar apagar um incêndio só com sopro.

Você, que também sofre com esse mal, procure se informar sobre as leis da sua cidade. E cobre, quando possível, que sejam instalados letreiros visuais que avisam da proibição de som alto. Da última vez que isso me aconteceu, dei a sorte da placa estar lá presente. Mas tive que procurar bastante pra poder mostrar pro desgraçado-sem-mãe que, para esse tipo de má-educação, a lei existe.

Esse aviso é do metrô de São Paulo. Procure um mais perto de você, para o seu bem.

domingo, 1 de agosto de 2010

As rádios na Web*


Muita gente me pergunta como eu consigo achar coisas novas pra ouvir ou até mesmo como acho as coisas que ouço tão "diferentes". Essa tarefa marcada, antigamente, pela  troca de fitas K7, gravadas de rádios ou LP's, hoje ficou gigantemente mais ágil com a boa e já velha popularização musical da internet - sempre ela!

A velha Basf de 90 minutos...
Com essa evolução, veio uma coisa muito interessante: a indexação (Não sei se o termo é exatamente esse, mas é o que vou usar). Explico: Por um artista/banda/grupo, você conhece outros artistas/bandas/grupos que são similares em sonoridade ou porque outras pessoas que gostam da banda X também gostaram da banda Y.

E esse tipo de indexação, aliado às possibilidades de distribuição da informação da internet, trouxeram as web radios! *Esse nome "web radio" é um tanto controverso. Segundo uma amiga formada em comunicação (Danúbia Andrade), não se pode considerar como "rádio", e sim, como "tocador de música." Apesar dela ter toda razão, vou chamar de "rádio" pois é de mais fácil entendimento de todos.

Existem várias rádios por aí, muitas aliando música e redes sociais: você pode conhecer pessoas que gostam das mesmas coisas que você! Mas isso não é, necessariamente, uma experiência musical...rs...  Vou deixar aqui algumas sugestões de rádios que ouço, como mais ou menos elas funcionam e o que você pode esperar.

Como falei anteriormente, existem as rádios que sugerem músicas novas por indexação. O "Project Pandora" foi a primeira rádio desse tipo que conheci. Mas, hoje, só está liberado para os EUA. Mas não esquenta: tem muitas outras! Aqui vão só algumas delas:



Nesse site você procura pro artista ou música e ele te dá uma lista de rádios que tocam a música ou artista que você quer. Ele não tem banco de dados com música para você ouvir, mas te direciona pra outras rádios. Em resumo, talvez você nem escute exatamente o que está procurando, mas você escuta coisas parecidas. Mas vale a pena uma conferida descompromissada. Não vale a pena o cadastro.


Nesta rádio você pode ir direto ao assunto: colocar o nome do artista/música e começar a ouvir, sem muito trelelê. Ele busca por links via youtube e abre uma janela de popup com as músicas similares. Você pode se cadastrar, baixando um programinha que é indexado ao iTunes e Windows Media Player pra informar ao site qual música você está ouvindo. Isso ajuda a formar sua "identidade musical" no site.


É uma das maiores comunidades de rádio na web. Assim como o o iLike, ele tem a opção de baixar um programa e listar no site suas preferências. É aliada com uma bem-feita rede social e te dá as estatísticas do que você mais ouve e de quem tem similaridades musicais com você.


É uma rádio mais simples, genérica, digamos assim. Tem vários canais de música (anos 80, 90, rock, jazz...) e te dá algo mais enxuto do que você pode ouvir. Apesar de não ser exatamente indexada, é uma opção pra quando você não tem idéia do que quer ouvir.


É uma rádio pra quem quer ouvir determinado artista ou música. O site não vai te sugerir artistas. Ele vail istar o que tem daquele artista ou daquele álbum pra você ouvir. A biblioteca não é das melhores, mas é uma opção para quem quer ouvir um artirsta ou música específicos sem perder muito tempo.


Este site é bem legal: te sugere músicas de acordo com seu estado de espírito ou pela velocidade das batidas! E, dentro dessas opções, você pode especificar quais ritmos ou artistas você não quer ouvir. Muito bom pra quem não sabe muito o que quer, mas sabe o que sente!


De todos, achei que é o site mais interessante e que traz resultados, dentre as sugestões, o mais equilibrado. Se você digita um artista, por exemplo, lista as músicas desse artista, as playlists que esse artista está e usuários que também gostam desse artista. Tem que cadastrar, mas vale a pena!



Dos brasileiros, cito o Sonora(do Terra) e a Rádio Uol, onde ambos tem uma boa biblioteca nacional. Só acho o Sonora um site pesado, apesar da biblioteca musical ser maior.
 
É isso! Acho que já tem bastante informação dessa vez! Divirtam-se!