quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dançar tá na moda, Thom Yorke!

Como dançar está na moda, né? Depois da Magaly dar show no Largo da Carioca no Rio e da farra da Carreta Furacão de Ribeirão Preto dançando lascivamente, vem o Radiohead lançar seu novo álbum. E, junto com ele, seu novo videoclip. Thom Yorke, com a dádiva e a epilepsia voluntária que Deus lhe deu, apareceu como brinde aos memes, com sua desenvoltura estilística de quem está com apendicite e coceiras generalizadas. O vídeo, que era pra ser, sei lá, meio cult (todo em preto e branco, coisa e tal) virou prato cheio pras várias versões globelezísticas da nossa querida e famigerada internet. Antes de falar do resto, já digo: a música é boa.


Mas quem aí está vendo o clipe e acha que ele é "inovador", não sabe as fronteiras que os homens do sexo masculino (eu não sou burro, usei pleonasmo de propósito porque eu quis) tiveram que traçar para que Thom Yorke pudesse fazer sua dança sem queimar em praça pública. Resolvi, pelo pouco que lembrei, listar alguns clipes em que os homens e suas danças esquisitas são destaque. Muitos já desbravaram essa fronteira, galgando degrau por degrau a timidez do corpo franzino e dando voz ao jeito estranho de dançar moleque, raiz,  do jeito estranho de dançar de várzea. Já falo aqui que clipes que os caras mandam bem no rebolado não entram na lista

O primeiro a atravessar essa fronteira foi nosso Rick Astley, fazendo com que o clássico pra lá e pra cá ficasse estranho em um corpanzil de frangote de ginga weird-marota. Com seu sobretudo e seu topete, Rick mostrou que, com poucos movimentos, fez o ballet de Bolshoi tremer. Ter convulsões e passar mal.



Desenvolvendo a técnica para o mundo rock, Iggy Pop (apesar de certa idade), não fez feio nesse vídeo feito pro filme Trainspotting. Com a ajuda de outros "molecotes" em cena, ele dá a sua versão rock and roll pra desajeitada dança masculina. E essa vem com punch, com pegada, sem cerimônia.



Depois de muitas papagaiadas sendo feitas nos anos 90, o grande Fatboy Slim retomou essa escola. Com Praise You, dirigido por Spike Jonze, o DJ pôde dar a mensagem: "você, esquisito que dança sem coordenação: você tem o seu valor! Mesmo que tenha que aparecer em frente a uma fila de cinema, com seus amigos excêntricos e mostrar o que aprendeu a duras penas. Quer dizer, que está aprendendo ainda...".



Um também adepto dessa arte foi o Moby. Na verdade não foi ele, e sim, outras pessoas que se prestaram a fazer esse papel. É cada figura que aparece... e é no estilo freestyle, mano! É roots, é improviso e sentimento, sentindo a batida! Não tenho nem mais o que comentar. É só ver aí.



E agora chegou a vez de alguns exemplares tupiniquins, mostrando que o molejo da parte debaixo do Equador pode ser tão ruim quanto qualquer outro. A primeira amostra é do "jênio" Rogério Skylab, mais conhecido pelas bizarras entrevistas do Jô Soares do que propriamente pelas suas músicas. Eu, sinceramente, acho que ele deixa Thom Yorke no chi-ne-lo! Ele tem a arte do molejo improvisado minimalista que exprime todo o ser psicopata que esse cara é. Curtam! 



E o último, pra fechar com chave de cocô (by Melhores do Mundo), vai o vídeo mais vergonha alheia da lista. Pouca gente o viu pois tem a versão ao vivo desse clipe. E por quê? Porque esse aqui ficou uma coisa ruim que não tem tamanho. Imagina a idéia genial: pegar o cara mais inexpressivo da banda e fazer ele dançar - ou seja lá isso que ele estiver fazendo - por vários pontos do Rio de Janeiro. Lugares públicos. Sim, é isso mesmo. Na sua cabeça isso tá ruim, né? No vídeo, te garanto, ficou pior:



Uma menção honrosa: esse vídeo merece uma atençãozinha também porque é mto boa essa dancinha! Men at Work, lá pelo 1:34 minutos do vídeo....



Eu espero ter dado minha contribuição a cultura pop. Eu sei, tem uma porrada de vídeos que eu esqueci e pode citá-los nos comentários. E viva a falta de jeito, o descompasso, a cara esquisita e o "sem jeito mandou lembranças"!