segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Auto Tune: da (maldita!) Cher ao Bed Intruder


Olá minha gente! Tô de volta com uma história que sempre quis contar e só há pouco, depois de fuçar bastante - e de um pouco de sorte também - fui saber. Sabe aquele som metálico que você ouve nas músicas de rap e pop americanos que dá aquele efeito robótico e meio enjoado nas músicas? Aquilo tem nome e foi descoberto, digamos, por acaso. O Auto Tune, depois de virar uma desgraça pop, com um pouquinho de criatividade e inteligência, se tornou algo que muitos não acreditavam que podia acontecer. O sith saiu do lado negro da força (citação nerd desnecessária).

A história do Auto Tune começou por acaso: um engenheiro da Exxon começou a usar ondas de som pra procurar reservas de pertróleo no mar. Andy Hildebrand, o tal engenheiro, percebeu que a mesma técnica que ele usava na exploração podia, digamos, corrigir notas musicais de cantores desafinados. E, em 1997, ele lançou o Auto Tune como plugin de programas de áudio, pra corrigir eventuais notas que saíssem um pouco da melodia.

Mas o som metalizado, como efeito óbvio de vocal distorcido, dando um tom meio robótico na voz, foi usado pela primeira vez pela (maldita!) Cher, naquela música (puta chata!) chamada Believe em 1998. A música ta aí, só pra você lembrar dela.

Cher - Believe (argh!)

O efeito foi sendo usado de maneira moderada até 2005. Um (maldito!) rapper americano chamado T-Pain teve a audácia de usar em TODAS AS MÚSICAS do álbum dele chamado Thr33 Ringz! Chega a ser insuportável...

T-Pain - Can't Believe It (Nem eu!)

... e essa (porra!) de Auto Tunes fez sucesso. E você sabe: se fez sucesso a indústria da música usa até você pedir arrego e não aguentar mais. Vide Anna Júlia do Los Hermanos. Esse efeito virou moda e apareceu em muitas outras milhares de músicas, desde aquelas de artistas menos conhecidos até "medalhões" como Snoopy Dog e Rihanna. Assim como eu, várias pessoas passaram a odiar essa história. E, do ódio para a ridicularização, foi um passo.

A internet, nesse ponto, se apresentou como algo genial. Quem poderia pensar que um miado de gato, um discurso importante ou uma reportagem na TV pudesse virar, digamos, uma música? Qualquer som que pudesse ser produzido poderia, com o AutoTunes, virar melodia! E isso fez com que qualquer conversa banal ou qualquer dizer virar algo engraçado. Até o Jimmy Fallon usou na premiação do Emmy.

E a paródia foi tão além que em 2009 foi criado um aplicativo pro iPhone chamado "I Am T-Pain", que traz o Auto Tunes pro telefone da Aplle. Sua voz ficar perfeitamente robotizada! Que coisa, não?



Quando eu, você e o resto do mundo achávamos que tinha acabado, veio o auge: um grupo muito esperto, que era especializado em fazer "autotunização" do noticiário americano, fez uma jóia: pegou uma reportagem banal, típica de qualquer noticiário regional de redações que não tem muito o que mostrar, e transformou em um dos maiores memes de 2010. Alguém ainda não ouviu "Bed Intruder"? (Quem não sabe aqui mostra a história toda)


O que é mais impressionante é a qualidade da música. É simplesmente aterrorizante (de bom) em ver como eles fizeram isso. A música fez tanto sucesso que os Gregory Brothers responsável pelo remix) negociaram com o Antoine Dadson (que aparece no vídeo, homeboy!) e venderam a música no iTunes! A música chegou às paradas da Billboard de tanto que foi tocada. 

No Brasil, o Auto Tunes também fez suas vítimas:  Joel Santana  eseu inglês perfeito, o Zagallo e seu clássivo "vão ter que me engolir", além de Serra S2 Dilma, que fez sucesso na época das eleições.

É muito bom saber - e reconhecer - que a Internet é um baita veículo que revoluciona muita coisa, mudando a forma como usamos e subvertemos determinados usos. O Auto Tunes é um belo exemplo disso: como uma bela bosta, se bem usada, continua uma bela bosta. Só que divertida!